Pós-colheita de grãos: 6 práticas para o manejo de pragas
O manejo pós-colheita de grãos é uma etapa importante para garantir a qualidade, a segurança alimentar e preservar o valor comercial do produto. Durante essa fase, os grãos ficam vulneráveis a diversas pragas, incluindo insetos, fungos e outros microrganismos que podem comprometer a integridade do alimento armazenado.
Um manejo eficaz de pragas é essencial para garantir que os grãos armazenados mantenham a integridade da colheita até a comercialização. Com os cuidados adequados, é possível evitar perdas financeiras substanciais, considerando os prejuízos que uma infestação pode causar aos produtores.
Neste artigo, abordaremos as principais pragas que afetam os grãos na pós-colheita. Confira algumas estratégias preventivas e de controle comprovadamente eficazes, que ajudam a minimizar os riscos e preservar a qualidade dos grãos. Continue a leitura!
Quais as principais pragas que afetam os grãos na pós-colheita?
Logo após a etapa de colheita, os grãos ficam suscetíveis a uma variedade de pragas que comprometem o produto. Essas pragas incluem insetos, fungos e outros microrganismos, que se proliferam rapidamente em condições de armazenamento inadequadas.
Conheça as principais pragas que afetam os grãos armazenados e o impacto que elas podem causar.
Insetos
Os insetos que afetam os grãos na pós-colheita são variados, e cada um apresenta características que podem causar danos significativos aos grãos. Alguns dos principais insetos incluem:
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Gorgulho-do-trigo (Sitophilus granarius): este besouro é uma das pragas mais comuns em grãos armazenados, especialmente em trigo, arroz, milho e cevada. As fêmeas perfuram os grãos para depositar seus ovos, e as larvas se desenvolvem dentro dos grãos, consumindo o endosperma.
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Gorgulho-do-arroz (Sitophilus oryzae): similar ao gorgulho-do-trigo, este inseto ataca principalmente o arroz, mas também pode infestar outros grãos como milho e trigo. O ciclo de vida é semelhante, com as larvas se desenvolvendo dentro dos grãos.
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Caruncho-do-milho (Sitophilus zeamais): este inseto afeta predominantemente o milho, mas também pode infestar outros cereais. Como os outros gorgulhos, ele causa danos internos aos grãos durante a fase larval.
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Traça-dos-cereais (Sitotroga cerealella): essa mariposa é uma praga importante de grãos armazenados, como trigo e milho. As larvas penetram nos grãos para se alimentar, causando danos que muitas vezes só são percebidos quando a infestação já está avançada.
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Tribolium (Tribolium castaneum e Tribolium confusum): conhecidos como besouro-da-farinha, esses insetos infestam grãos e produtos derivados, como farinha e farelo. Além de consumir os grãos, eles contaminam o ambiente com secreções que podem alterar o sabor e o odor do produto.
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Besouro-de-cheiro (Oryzaephilus surinamensis): este inseto infesta uma ampla gama de produtos armazenados, incluindo grãos e cereais. Ele não consome o grão em si, mas se alimenta dos resíduos, danificando o produto e facilitando a infestação por outros insetos.
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Traça-da-farinha (Ephestia kuehniella): as larvas desta mariposa se alimentam de produtos farináceos e grãos, tecendo teias que podem causar obstruções nos equipamentos de processamento e deteriorar a qualidade do produto armazenado.
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Besouro-do-trigo (Rhyzopertha dominica): este pequeno besouro infesta uma variedade de grãos, especialmente trigo e arroz. As larvas consomem o interior dos grãos, o que pode levar à perda de peso e qualidade do produto.
Os insetos que afetam os grãos armazenados têm ciclos de vida curtos, o que lhes permite multiplicar rapidamente. Por exemplo, o gorgulho-do-trigo passa pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto, completando esse ciclo em poucas semanas, dependendo das condições ambientais.
Fungos e microrganismos
Além dos insetos, os fungos e outros microrganismos representam uma ameaça para os grãos armazenados, especialmente em condições de umidade elevada e ventilação inadequada. Confira os principais:
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Aspergillus spp.: o gênero Aspergillus inclui várias espécies de fungos, comuns em ambientes de armazenamento de grãos, especialmente em condições de alta umidade e temperatura. Aspergillus flavus e Aspergillus niger são duas das espécies mais preocupantes.
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Penicillium spp.: outro gênero de fungos comum em grãos armazenados, é conhecido por crescer em ambientes frios e úmidos. Espécies como Penicillium verrucosum podem afetar uma variedade de grãos, incluindo trigo, milho e cevada.
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Fusarium spp.: este gênero de fungos pode infectar os grãos tanto no campo quanto durante o armazenamento. Espécies como Fusarium graminearum e Fusarium verticillioides são comuns em cereais como trigo e milho.
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Alternaria spp.: este gênero de fungos é encontrado em diversos produtos agrícolas, incluindo grãos. A Alternaria alternata é a espécie que frequentemente contamina grãos armazenados.
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Bactérias: embora menos comuns que os fungos, certas bactérias podem crescer em grãos armazenados, especialmente se houver danos mecânicos ou se os grãos forem armazenados em condições inadequadas. Bactérias do gênero *Bacillus*, por exemplo, podem sobreviver em grãos secos.
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Leveduras: estes são outros tipos de microrganismos que podem estar presentes em grãos armazenados. Elas são especialmente prevalentes em grãos que sofreram danos durante a colheita ou transporte e foram expostos a alta umidade.
A infestação por fungos e microrganismos pode resultar em uma série de problemas, incluindo:
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Deterioração física: perda de peso, mudança de cor e estrutura dos grãos.
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Produção de micotoxinas: comprometendo a segurança alimentar e causando problemas de saúde, como câncer e danos aos órgãos em humanos e animais.
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Perda econômica: redução do valor de mercado dos grãos, rejeição de lotes e aumento dos custos de processamento e controle de qualidade.
Estratégias para o manejo eficiente das pragas
Adotar estratégias integradas que combinam prevenção, monitoramento e controle é a melhor abordagem para reduzir perdas e garantir que os grãos mantenham o valor nutricional e comercial. Conheça as principais:
1. Adotar boas práticas durante a colheita e armazenamento
A prevenção começa ao adotar boas práticas desde a colheita. Colher os grãos no momento certo, quando estão completamente maduros e secos, reduz o risco de infestações. A umidade deve ser controlada, uma vez que grãos úmidos são mais suscetíveis ao ataque de fungos e insetos.
Além disso, o transporte dos grãos para os armazéns deve ser feito rapidamente e em condições que reduzem a exposição a pragas. O armazenamento adequado, em silos ou armazéns limpos e bem ventilados, também é crucial para prevenir o desenvolvimento de pragas.
2. Limpeza dos silos e armazéns
Manter os locais de armazenamento limpos é uma das principais medidas preventivas. Silos e armazéns devem ser limpos e desinfetados regularmente para remover resíduos de grãos, poeira e matéria orgânica que podem servir de abrigo e alimento para pragas.
Antes de armazenar uma nova safra, é recomendável realizar uma limpeza profunda e, se necessário, aplicar tratamentos químicos preventivos para eliminar pragas remanescentes.
3. Saber identificar infestações precoces
O monitoramento contínuo dos grãos armazenados é uma prática indispensável para detectar precocemente a presença de pragas. Inspeções visuais regulares ajudam a identificar sinais de infestação, como grãos danificados, excrementos de insetos ou crescimento de fungos.
Além disso, é essencial medir periodicamente a umidade e temperatura dentro dos silos e armazém, pois essas condições podem influenciar diretamente o desenvolvimento de pragas.
4. Utilizar produtos eficientes
É sempre melhor fazer a prevenção. Existem opções de inseticidas e fungicidas disponíveis no mercado, projetadas para tratar grãos armazenados sem comprometer sua qualidade.
K-Obiol EC e K-Obiol 2P são soluções eficazes, garantindo a preservação da qualidade e integridade dos estoques.
K-Obiol EC é um inseticida líquido de amplo espectro, ideal para a proteção de grãos armazenados, atuando de forma rápida e eficiente contra uma variedade de insetos.
Já o K-Obiol 2P é um pó inseticida, formulado para aplicação direta nos grãos ou em superfícies de armazenamento, proporcionando uma barreira de proteção duradoura. Eles são muito eficazes e de fácil aplicação, permitindo um controle preventivo das pragas, minimizando as perdas e mantendo a qualidade do produto final.
6. Manter as condições ideais para o armazenamento seguro dos grãos
A umidade dos grãos deve ser mantida abaixo de 13%, e a temperatura deve ser controlada para evitar a proliferação de insetos e fungos. A ventilação adequada dentro dos silos e armazéns ajuda a manter a uniformidade da temperatura e a prevenir a condensação de umidade, que pode criar condições favoráveis para o desenvolvimento de pragas.
Como implementar um plano integrado eficiente na pós-colheita de grãos?
Implementar um Plano Integrado de Manejo de Pragas (MIP) é a melhor maneira de combinar as estratégias de prevenção, monitoramento e controle. Um MIP eficiente envolve:
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Treinamento contínuo dos responsáveis pelo armazenamento sobre as melhores práticas e novas tecnologias.
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Monitoramento regular das condições de armazenamento e da presença de pragas.
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Uso coordenado de métodos químicos e físicos para o controle de pragas.
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Avaliação e ajuste contínuos das estratégias de manejo com base nos resultados do monitoramento.
Com essas estratégias integradas, os produtores podem garantir que os grãos armazenados sejam protegidos contra pragas e outros agentes de deterioração, assegurando a qualidade até o momento da comercialização.
Como vimos, o manejo de pragas na pós-colheita de grãos é um desafio que exige atenção constante e a aplicação de boas práticas em todas as etapas. A prevenção, o monitoramento regular e, quando necessário, o uso de controles químicos, são estratégias fundamentais para garantir a qualidade e a segurança dos seus produtos.
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